
Reforma Tributária: penaliza quem trabalha.
- Open Planning

- há 1 dia
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Atualizado: há 5 horas
O Brasil tributa onde dói mais: produção e consumo em um país que penaliza quem trabalha.
Você também não tem a clara percepção que nesse “modelo Brasil”, apesar de toda narrativa, quem produz, trabalha e consome continuarão sendo os mais prejudicados?!
Durante anos, o debate tributário no Brasil foi tratado como um tema técnico, distante e quase indecifrável. Mas a verdade é simples: o modelo de impostos adotado no país revela escolhas políticas, econômicas e sociais muito claras — e elas recaem, majoritariamente, sobre quem produz e consome.
O Brasil não tributa pouco. Ele tributa mal. E gasta pior ainda.
Um sistema híbrido, com peso desequilibrado.
Do ponto de vista estrutural, o sistema tributário brasileiro combina três modelos:
• tributação sobre a produção;
• tributação sobre o consumo;
• tributação sobre a renda.
Na teoria, o equilíbrio entre esses três eixos permitiria justiça fiscal e eficiência econômica. Na prática, o Brasil fez uma escolha perigosa: concentrou sua arrecadação no consumo.
Entenda que: sem equilíbrio entre justiça fiscal e eficiência econômica um país não alcançará prosperidade que se perpetua.
1º. Produção: o imposto antes mesmo de existir lucro:
Na etapa produtiva, o Estado já está presente.
Impostos como IPI, ICMS na origem e parte do PIS/COFINS incidem antes que o produto chegue na gôndola. O efeito é direto: o custo nasce inflado.
Isso afeta:
• indústria;
• construção civil;
• agronegócio;
• pequenas e médias empresas.
Produzir no Brasil exige capital, resiliência… e fôlego fiscal.
2º. Consumo: onde o sistema aperta o pescoço:
É no consumo que o sistema mostra sua face mais perversa.
ICMS, ISS, PIS, COFINS e IPI se acumulam no momento da compra. O resultado é conhecido: quem ganha menos paga proporcionalmente mais.
Não importa se é arroz, transporte, energia ou roupa: o imposto está embutido, invisível e inevitável.
Mais de 45% da arrecadação brasileira vem do consumo. Isso caracteriza um sistema regressivo, socialmente injusto e economicamente ineficiente.
3º. Renda: o imposto que pesa pouco onde deveria pesar mais:
Enquanto o consumo sofre, a tributação sobre a renda permanece tímida.
Lucros, dividendos e grandes rendimentos são relativamente pouco pressionados quando comparados a países desenvolvidos. O resultado é um paradoxo:
O Brasil cobra muito de quem compra e pouco de quem acumula.
O impacto real: preço, informalidade e desconfiança
Esse modelo gera efeitos colaterais graves:
• produtos mais caros;
• menor competitividade;
• incentivo à informalidade;
• complexidade operacional absurda;
• ruptura da confiança entre Estado, empresas e cidadãos.
No varejo, o imposto vira vilão, o preço vira problema e o consumidor vira refém.
Reforma Tributária: oportunidade ou ilusão?
A promessa de simplificação via IBS e CBS aponta para uma mudança de lógica: menos impostos sobrepostos, mais transparência e neutralidade.
Mas a pergunta correta não é se houve reforma. É para quem ela foi feita.
Se a conta continuar recaindo sobre produção e consumo, apenas trocaremos siglas — não o problema.
Conclusão: tributar é escolher.
Tributação não é apenas arrecadação. É projeto de país.
Enquanto o Brasil insistir em financiar o Estado majoritariamente pela produção e o consumo, continuará penalizando quem produz, trabalha e movimenta a economia real.
‼️Aumentar a tributação nos rendimentos sem diminuir na produção e principalmente no consumo não é “equilíbrio com justiça fiscal” mas sim “ma fé” e miopia econômica.
A boa notícia?
Sistemas são construções humanas. E tudo que é construído… pode ser redesenhado.
Open Planning – Gestão Empresarial.
Estratégia não é opinião. É estrutura.









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